Com atuação em Maragogi, Litoral Norte de Alagoas, o trabalho desenvolvido pela startup Biofábrica de Corais foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como projeto global de referência da Década do Oceano.
A iniciativa nasceu em 2017 a partir de um amplo estudo científico de biólogos e pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A Unesco é uma agência especializada da ONU que visa promover a paz e a compreensão através da educação, da ciência, da cultura e da comunicação.
“O endosso representa um respaldo ao que fazemos e é também importante para nos conectarmos com outros pesquisadores e agentes globais importantes nas questões relacionadas à conservação dos oceanos. Isso permite obtenção de conhecimento, parcerias estratégicas, trocas que direcionam nosso trabalho para ser melhor”, disse o engenheiro de pesca Rudã Fernandes, CEO e fundador da Biofábrica de Corais.
Em Alagoas, a Biofábrica de Corais firmou parceria com a Prefeitura de Maragogi, a Embratur e o grupo hoteleiro Amarante. Em março, o mar do município recebeu o plantio de mais de 500 mudas de corais.
O objetivo é estimular a regeneração da biodiversidade marítima local e fortalecer a promoção internacional do turismo regenerativo no destino. Maragogi é integrante da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, maior unidade de conservação marinho-costeira do Brasil.
“Estamos dando continuidade às ações, agora com o apoio da Embratur e a manutenção da parceria com a Prefeitura de Maragogi. Estamos cultivando, os corais estão crescendo e já dá para ver a evolução nas estruturas de cultivo”, revelou Rudã Fernandes ao Alagoas Notícia Boa (ALNB).
Além de Maragogi, a Biofábrica de Corais atua na restauração de corais em Tamandaré e Porto de Galinhas (Ipojuca), ambas em Pernambuco, onde iniciou as suas atividades. O litoral dos três municípios sofre com o aumento da temperatura do oceano e o consequente branqueamento e morte dos corais. O fenômeno é mundial.
A “Década do Oceano” é uma resposta à necessidade urgente de reverter o declínio da saúde oceânica e garantir a utilização sustentável e equitativa para as gerações futuras. Dentre os objetivos da iniciativa está o fomento a inovações voltadas à economia azul.
Metodologia
A metodologia da Biofábrica consiste em coletar fragmentos de corais do oceano e transplantá-los em dispositivos de cultivo (berços), construindo amplos “berçários de corais”, que são monitorados e mantidos em mesas de cultivo.
Biólogos e técnicos de campo fazem o acompanhamento diário, até que possam ser retirados dos berços para acomodação em rochas durante seis meses, para serem posteriormente transplantados para o ambiente natural e monitorados por, no mínimo, dois anos, até a sua completa reintegração e/ou conexão com o oceano.
Em Pernambuco, a startup já atendeu cerca de 300 bioturistas em experiências imersivas para conhecer os berçários submersos (em eios turísticos) e 1.300 tutores (pessoas físicas que adotaram corais).
Com Assessoria e Agência Brasil